sábado, 12 de outubro de 2013

MINHA INOCÊNCIA DE CRIANÇA


A Fonte e a Flor 
Vicente de Carvalho

"Deixa-me, fonte!", Dizia
A flor, tonta de terror.
E a fonte, sonora e fria,
Cantava, levando a flor.

"Deixa-me, deixa-me, fonte!"
Dizia a flor a chorar:
"Eu fui nascida no monte...
"Não me leves para o mar".

E a fonte, rápida e fria,
Com um sussurro zombador, 
Por sobre a areia corria, 
Corria levando a flor.

"Ai, balanços do meu galho,
"Balanços do berço meu;
"Ai, claras gotas de orvalho
"Caídas do azul do céu!..."

Chorava a flor, e gemia,
Branca, branca de terror,
E a fonte, sonora e fria,
Rolava, levando a flor.

"Adeus, sombra das ramadas,
"Cantigas do rouxinol;
"Ai, festa das madrugadas,
"Doçuras do pôr do sol;

"Carícia das brisas leves
"Que abrem rasgões de luar...
"Fonte, fonte, não me leves,
"Não me leves para o mar!..."

.........

As correntezas da vida
E os restos do meu amor
Resvalam numa descida
Como a da fonte e da flor...

Em minha inocência de criança - essa era a poesia mais bonita, a que eu sabia declamar com louvor (a única)...
Colocava a mão no peito para simbolizar a dor da flor, sendo carregada pela fonte...
E quando terminava a poesia estava com os olhos rasos d'água...

Este texto marca a quarta postagem da BC do blog A Menina de Ideias.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

BC: BRINCADEIRA DE CRIANÇA: PULAR ELÁSTICO

Bem dizia o Grupo Molejo de que: "brincadeira de criança... como é bom!"
Você sabe pular elástico? É... Elástico! Aquele que se coloca na roupas para segurá-las!
Quando eu era pequena - criança mesmo; eu adorava! Tinha muitas variações. Tinha até campeonato! E quando havia brigas? Aí havia "surras de elástico"... Surras mesmo... Daquelas parecidas com surras de varas de marmelo...
Pois bem, de todas as brincadeiras de criança que eu mais gostava era essa: pular elástico!
Em casa, eu usava duas cadeiras de madeira pesada... No lugar das pernas das amigas de escola... E treinava tanto, que quando eu chegava na Escola; ganhava todas as fases do elástico! As outras meninas não entendiam o porquê isso aconteciam ou não acreditavam que eu treinava o dia inteiro...
Mas sabe que eu tenho uma frustração muito grande?
Nunca aprendi a pular corda, quando ela era batida no chão, por duas crianças ou pelas professoras! E o engraçado, é que sozinha, eu conseguia...

Este texto faz parte da BC: A Menina das Ideias.

sábado, 5 de outubro de 2013

BC - Menina das Ideias: Um conto de Criança


A Padaria encantada

Quando eu era criança, meu pai tinha conta em uma padaria. Ele pagava religiosamente todos os meses, pelo pão comprado e pelo leite também!
Mas nessa padaria havia algumas guloseimas muito apreciadas por mim: jujubas (aquelas balas coloridas de goma), doces diversos, caramelos caseiros... Então, em minha inocência de criança, a chamava de Padaria encantada, pois achava que colocava ali, aquelas gostosuras, eram as fadas, os duendes que junto com o dono da padaria, as fabricava e as colocava ali para vender e encantar, nós as crianças...
Um dia, meu pai me levou até a padaria. Me colocou em cima do balcão de madeira grande e polido. E o padeiro que era amigo de meu pai, me encheu dessas balinhas... Ele as chamava de "doces da alegria", porque eram muito coloridas... E antes que meu pai saísse dali com o pão e o leite na sacola... Furtivamente, o padeiro me deu um saquinho de papel. Dentro dele havia muitos doces da alegria: jujubas; e alguns caramelos pretos feitos em casa! 
Escondi, embolando o saquinho em minha mão, para que meu pai não visse... Apesar dele adorar doces, minha mãe vivia brigando com ele por causa deles (meu pai era diabético!)

Texto dedicado à BC - Menina das Ideias