Vem aí, a Blogagem Coletiva do Vidas Linha em comemoração aos 6 meses de vida!

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DIAS: 04 e 05 de Setembro

DEIXE SEU LINK NO BLOG QUE NO DIA 03 ESTAREI DIVULGANDO A LISTA DOS PARTICIPANTES!!!

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TOBOGÃ DE TERRA...

Acordei com o dia radiante... Um sol enorme do lado de fora convidava para alguma travessura daquelas!
Então lembrei-me que uma amiga havia me chamado para brincar num monte de terra vermelha perto de um córrego que passava atrás de umas construções.
Falei com minha mãe que ia sair e que não me esperasse por mim no almoço...
Coloquei um short e uma blusa, calcei um chinelo velho e saí.
Quando cheguei ao local da terra vermelha, escutei o barulho de crianças gritando... Já havia ali um grupinho de crianças escorregando... A brincadeira consistia em escorregar morro abaixo, mas não podia ser com embalação porque corríamos o risco de cair dentro do córrego. Por isso tínhamos que frear antes de chegar ao final da terra vermelha.
Fui buscar minha amiga e quando cheguei em sua casa, ela estava de cama, com febre. Estranhei um pouco aquilo mas pedi a mãe dela para falar com ela:
_ Simone, você não vai escorregar comigo?
_ Eu vou, Milene. Mas a chata da minha mãe não quer deixar eu sair. Estou esperando ela ir a padaria, para descer escondido dela!
_ Então vou te esperar lá em baixo tá?
_ Tem muita gente lá?
_Quando eu passei, havia um grupinho de uns 5 ou 6. Mas aquele menino não estava lá!
_ Mas ele vai aparecer com certeza... Eu marquei com ele lá!
_ Olha, vou estar lá na terra vermelha, te esperando Si. Até mais tarde! Beijos.
Saí da casa de Simone e me juntei ao grupo de crianças na terra vermelha. Havia tanto meninos como meninas... Era uma algazarra só... Simone chegou meia hora depois acompanhada por um garoto:
_ Milene, esse é o Marcelinho!!! Meu primo que chegou do Rio, vai brincar com a gente... Você ensina a ele como se faz para escorregar na terra!
_ Tá bom Si. Marcelinho é só você escorregar desse jeito, mas cuidado para não cair no córrego!
E a gente brincou assim a tarde toda... Nem lembramos de almoçar... Quando a barriga "roncou" de fome, resolvemos voltar para casa. Já era quase noitinha. Umas cinco horas da tarde. Eu e a maioria das crianças que brincavam ali éramos branquinhos. Só havia umas duas negras... A gente ficou tão sujo, que de branco apenas se via o "branco" dos olhos. As duas negrinhas, estavam "amarelinhas" de sujeira.
Nossas mães brigaram muito com a gente pela sujeira, mas aquele dia foi bom demais!!!
O namoradinho da Simone não apareceu, mas ela nem lembrou disso, tamanha a algazarra que fizemos...

BRASÍLIA

Ministério da Justiça - Meu pai trabalhou aí e eu tinha 8 anos... Que lugar grande, imenso por dentro. Um mundo de mistério para uma criança... um mundo diferente para explorar... Uma lanchonete grande, onde se vendia um quibe enorme. A boca lambuzada de maionese caseira, feliz... Um refrigerante inteiro prá ela, sem ter que dividir com ninguém!
E na volta para casa... Feliz ao lado de meu pai, chegava a sonhar com o dia em iria ali de novo...

Catedral de Brasília - Eu adorava ir ali, descer pelas escadas, e imaginar-me embaixo da terra, com aqueles santos todos da catedral... o espelho d'água fazia lindos desenhos na parede...

Palácio da Alvorada - Meu pai e eu, de bicicleta passeamos por seus gramados nos idos de 1979... E lembro que por causa do sol forte, meu pai passou mal, sua pressão caiu... Então ele se sentou no chão, com a cabeça entre as pernas, ficou quieto por alguns minutos, até melhorar...

Praça dos três poderes - Brinquei muito ali... Corria com outras crianças, de pique-pega, esconde-esconde... de roda...

Esplanada dos Ministérios - Sempre gostei de olhar com respeito aqueles prédios... Sua imponência me assustava...

Morei em Brasília na época do último Presidente Militar: João Baptista Figueredo - 1978,1979...
E quando a vejo pela televisão hoje em dia, sei que perdeu muito de seu encanto prá mim, mas naquela época era um tempo mágico...

BOIZINHO DE CHUCHU

Em época de Natal, o que toda criança quer é sempre muitos presentes. de preferência muitos e muitos brinquedos. Vistosos, caros, brilhantes e grandes...
Aqui em casa não foi diferente. Mas como pai tinha muitos filhos e trabalhava muito, nem sempre tinha presente para todo mundo.
Eram seis filhos: três moças e três rapazes...Nem passava pela cabeça da minha mãe, me conceber.
Naquele Natal ele havia conseguido comprar presente para todos os filhos. E havia comprado um caminhãozinho de madeira para meu irmão Luiz. O caminhãozinho custara um pouco caro, mas mesmo assim meu pai fizera gosto em comprá-lo para ele.
No dia do Natal de manhã, quando meus irmãos foram procurar seus presentes debaixo da árvore, Luizinho ficou muito decepcionado com o seu presente! Quando ele abriu o pacote e se deparou com o caminhão de madeira, fez cara de choro e disparou:
_ Não quero esse caminhãozinho!
_ O que você quer Luizinho? É um caminhãozinho tão bonito! Não foi isso que você pediu para o Papai Noel?
_ Não pai! O que eu pedi foi um boizinho de chuchu!!!


P.S.: Para quem não sabe o que é um boizinho de chuchu - é um chuchu grande e um pequeno, onde se fincam palitos para formar um boizinho.

PIRRAÇA

Eu era pequena e fui passear com uma de minhas irmãs mais velhas. Mas tinha que ir andando, e o caminho era muito longo. Em dado momento eu me cansei e pedi a minha irmã que me carregasse no colo porque estava cansada.
_ Detinha, me carrega no colo? Estou cansada!
_ Falta só mais um pouco para chegar em casa! Também estou cansada, não aguento carregar você, está muito pesada!
_ Então não vou mais andar, estou cansada mesmo!
E sentei na beirada da calçada, desconsolada!
Por mais que minha irmã insistisse para eu me levantar, não arredei pé do lugar... Estava cansada e pronto! Queria colo, e já que ela não queria me carregar, então ia ficar ali, até descansar...
Minha irmã, com muita raiva de mim, falou que ia me deixar ali sentada sozinha, se eu não me levantasse. Mas não lhe dei ouvidos.
_ Eu quero colo! "Tô" cansada!
_ Não quero te carregar e pronto... Estamos perto de casa! Ande só mais um pouquinho e já, já estamos em casa!
_ Não! Vou descansar primeiro!
_ Pois então eu vou embora! Vou te deixar sozinha, sentada aqui!
_ Vai então! Manda papai me buscar!
Mas no fundo eu não queria ficar ali sozinha. Eu queria era que ela me pegasse no colo e me levasse prá casa. Mas ela não fez isso. Ao contrário, foi embora de propósito e me deixou sozinha ali, sentada na calçada. Fiquei ali quietinha, chorando...
Meia hora depois ou até menos, não sabia calcular o tempo direito, meu pai chegou. Me colocou no colo dele e me levou prá casa... Meu rosto estava vermelho e inchado de tanto chorar. Mas eu não fui para casa andando! De pura pirraça!

(O curioso é que estava mesmo perto de casa. Eu moro na rua de cima - tem um balaústre separando as duas ruas. E eu estava sentada na calçada da rua de baixo. Coisa de criança mesmo!)

CAMISA MODERNA QUE MAMÃE INVENTOU...

Mamãe e papai foram à missa com meus outros irmãos e deixou meu irmão mais velho Zé tomando conta do mais novo, Paulinho.
Mamãe mandou que Zé desse banho em Paulinho. Cumprindo as ordens de mamãe, Zé encheu a bacia e começou a dar o banho. Depois secou e na hora de vesti-lo, foi procurar uma roupa para colocar em Paulinho. Achou a cuequinha, e o short. Mas não encontrou a camisa. Havia umas cuecas samba-canção que meu pai usava, provavelmente em cima da cama. E meu irmão Zé achou que seriam camisas. As cuecas eram de pano mesmo, pareciam camisas, mas não havia o buraco da cabeça!
Pois bem Zé, achando que aquilo era uma camisa (cabeça de criança) tentou colocá-la em Paulinho. Colocou um braço, depois o outro e ficou observando de longe...
_ Tá muito estranho essa camisa! Será que isso é mesmo uma camisa? Sei não...
O que Mamãe e papai encontraram depois que voltaram da missa foi uma cena hilária: Paulinho, sentado no berço e vestido com a cueca samba-canção, ou melhor, embolado dentro dela!
_ O que é isso Zé? Que camisa é essa que você pôs em Paulinho?
_ Ah, mãe! Isso foi a primeira coisa que encontrei em cima da cama!
_ Isso não é uma camisa Zé! É uma cueca samba-canção de seu pai!
_ E como eu ia saber mãe... Isso é uma camisa moderna que a senhora inventou...

O MENINO E O VIRA-LATA

Meu pai era pintor de faixas e meu irmão Luiz sempre o acompanhava para ajudar. Ele devia ter uns seis, sete anos e estava brincando com um vira-latas perto de onde meu pai trabalhava. Ele estava em cima da escada e meu irmão brincava com o cãozinho. Corriam de cá para lá e de lá para cá. Brincaram muito tempo assim, de repente meu irmão chamou pelo meu pai:
_ Pai! o Cãozinho não quer mais brincar de correr comigo! Está lá sentado sentado quietinho com a língua de fora...
_ Lógico né Luizinho! Está cansado! Vocês correram muito por aí... Descanse um pouco e depois vocês brincam de novo!
_ Não pai! Quero brincar agora! Faz o cãozinho brincar comigo! Faz pai!
_ Estou ocupado meu filho! Quero terminar logo o serviço pra gente ir logo para casa!
_ Ah pai! Só um pouquinho! Desce daí e faz o cãozinho brincar comigo!
_ Luizinho! O pobre do bichinho está cansado! Deixa ele descansar um pouco. Descanse você também. E logo vocês estarão correndo por aí de novo... Estou quase acabando com essas faixas aqui. Logo vamos para casa!
Meu irmão acabou por obedecer a meu pai. Descansou ao lado do cãozinho, até esse levantar de novo e começar a abanar o rabinho, querendo festa de novo... E lá foram os dois de novo, brincando de pega-pega.
Meu pai em cima da escada apenas sorria...

A MÚMIA

Em Viçosa (MG), maio é o mês de Santa Rita de Cássia, padroeira do município. A cidade abre os braços para receber os turistas religiosos que povoam a cidade. A paróquia, promove além das tradicionais coroações a Nossa Senhora; bingos, corridas rústicas, brincadeiras para as crianças, a missa concelebrada e a famosa procissão das rosas!

Nesse dia, as festividades para Santa Rita transcorreram normalmente, e minha família foi a missa concelebrada por vários padres da região. O ponto alto da festa seria a procissão ao final do dia pelas ruas da cidade!

Quando meu pai e minha mãe saíram para procissão, a cidade já estava lotada. A procissão sempre começava as cinco horas da tarde. Sempre a mesma formação: duas filas de pessoas de cada lado da rua, o carro de som com o padre e ajudantes no centro, rezando o terço, e o carro carregando a padroeira do município logo atrás. Um carro coberto de rosas, de vários matizes ou somente vermelhas... Maravilhoso como sempre!!!

A procissão já estava na Gomes Barbosa, todo mundo desfiando inúmeros terços pelo caminho... Meu pai e minha mãe, um na frente do outro, caminhavam silenciosamente, quando minha notou que várias crianças estavam olhando intrigadas para trás, porque haviam percebido algo estranho ou engraçado na procissão!

_ Olha a múmia, olha a múmia! diziam as crianças.

Mamãe olhou para trás e percebeu que papai, carregando uma vela na mão, havia dormido, mas andava mesmo assim, parecendo uma múmia. Pois que andava, dormindo, e ainda por cima com uma vela na mão! Estava mesmo hilário!

Mamãe, deu cutucão para trás, e falou com papai:

_ Pedro! Acorda homem! Você está andando dormindo no meio da procissão e as crianças estão rindo da sua cara!

Papai acordou assustado, porque em meio ao seu cansaço, não percebeu que estava "andando dormindo"!

_ Também Chiquita! Eu falei a você que estava cansado! Mas você não me deu ouvidos! Me "intimou" a ir ao procissão com você!!!

Vendo aquela cena hilária, em meio a procissão outras pessoas também riram muito! Mas para as crianças, meu pai ao acordar, perdeu a graça e uma delas chegou a comentar:

_ Ah! Não tem mais graça, a múmia acordou!

Fonte: Blog Ideias de Milene (post original)